Memórias

Querida vida, precisamos ter uma conversinha.
Nesses últimos dias, você tem brincado um pouco comigo não acha?
Me colocou em situações em que eu não soube como enfrentar, fez com que eu lembrasse de momentos que não me interessavam mais... Sinceramente, pode me dizer o porquê disso tudo?
Eu preciso de resposta!
Lembrei de pessoas que passaram por mim, de momentos em que fui feliz e nem sabia, momentos em que meu coração sorria feliz.
Sabe, lembrei também da minha infância... Daqueles dias em que eu passava o dia na casa da tia e papai ia me buscar no fim da tarde. Ele segurava minha mão, e me levava até a nossa casa em segurança.
Dias em que eu recebia seu carinho, sua atenção...
Uma coisa que eu acho que nem todo mundo sabe é como meu pai me chama desde que nasci, me chama de Neném ou Bebê.
É, pois é, pra ele eu sempre vou ser aquela criança que ele tinha que pegar na mão pra poder saber andar...
Eu sinto saudade disso, do carinho, da atenção, das palavras atenciosas, das brincadeiras...
Hoje tudo tá muito corrido... A gente nem senta mais pra conversar, e quando conversamos é bom sabe?
Talvez isso seja culpa minha, e por isso choro.
Não por decepções amorosas, mas sim por saudade do carinho, do afeto que eu queria poder dar e receber... Eu sei pai, que apesar dessas coisas estarem acontecendo, eu sei... Sei que você ainda vai sentir orgulho de mim.
É vida, vida... Como faço para mudá-la?
Também não sei, mas vou tentar...
Agora por favor, me serve aí um café bem forte pra mim, tô precisando acordar pra vida!




(Flavianna Ribeiro)